domingo, 3 de fevereiro de 2013

SUPLÍCIO

        A inútil tarefa de Sísifo - Von Stuck 1863/1928
               




                         I - parte

Quando o pássaro que cantava,
Em minha varanda voou.
A esperança que sustentava sonhos,
Em um tom esquisito ficou.
Já era fim de um período, buscava em tudo,
Um simples gesto, um sorriso.
Atemorizado pela estranha provocação,
Busquei linguagem, de tudo, no nada.
Abri a janela para o Sol,
Fechei as costinas para a tristeza
Escutei a voz do diplomata,
Calei o Ódio e toda Hipocrisia.
Peguei caneta e papel,
há muito tempo eu não fazia.
A caneta estava sem tinta,
O papel em branco ficou.
Só restava vivenciar pensamentos,
Que partilhei, certo dia,
O que imagina, não escrevia
E tudo que pensava dizia:
Deixei de vez de escrever poesia”

               II – Parte
Hoje escrevo tudo e suspiro o alívio,
Alegria que tudo quanto passei,
já não é mais nada, foi apenas um momento,
Que era novo, hoje eu sei.
a vida não é só poesia, alegria.
Tem momentos que a dor invade,
Levando a alma a gemer.
Não vale a pena anestesiar, ele serve.
Para extrair do bagaço o mel,
Das conclusões que surgem novas,
Tirar a sabedoria que convém !!!

                                                                  Dony Moreira 03/02

Um comentário:

  1. Dony, sabiamente Osho nos diz: "Nunca tenha medo das lágrimas" e isso porque existe um eterno conflito dentro de cada um de nós - falsos conceitos, dores e muitas vezes tentamos julgar o que meramente conhecemos - nós mesmos! Então, me lembro das palavras de Krishnamurti "A verdade é uma Terra sem caminho,a libertação não é uma reação, nem tampouco uma escolha - ela reside na percepção do mundo à nossa volta.O pensamento é o TEMPO e limitando esse pensamento vivemos em conflito." A sua verdade, só você a descobre e por conseguinte liberta-se do passaado e dá vida a sua poesia. BELA em sua essência. Bjs,______________LL

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